Mapas geológicos da RMC vão orientar uso do solo com impacto no desenvolvimento 02/06/2021 - 08:16
Peças cartográficas foram apresentadas aos representantes dos municípios da região e entregues à Comec. Dados vão auxiliar no aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão, em respeito às características do território, com grande impacto para desenvolvimento, ocupação e uso do solo.
Em evento online nesta terça-feira (1º), a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo apresentou aos representantes dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba o mapeamento geológico da área de abrangência territorial da Capital, a oitava mais populosa do Brasil. Participam da entrega, de forma virtual, 247 pessoas.
As peças cartográficas foram elaboradas pelo Instituto Água e Terra (IAT), resultado do Projeto de Mapeamento Geológico-Geotécnico – Mapas de Unidades de Terreno. O objetivo é orientar órgãos públicos e a sociedade quanto ao uso do solo, respeitando suas características, restrições e aptidões, e melhor aproveitamento dos espaços urbanos, centrado no desenvolvimento sustentável e no interesse da segurança da população.
As peças foram produzidas pela Diretoria de Gestão Territorial, por meio da Divisão de Geologia e apoio da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). São 39 mapas em escala 1:20.000 que cobrem cerca de 4 mil quilômetros quadrados. Contemplam a identificação de Unidades de Terreno compartimentadas em faixas de declividades.
Cada unidade foi avaliada quanto às suas características e adequabilidades, conforme legenda nas cartas, que permitem ao gestor urbano o uso de dados e informações para o direcionamento adequado da urbanização.
Os estudos iniciaram na década de 90, ancorados no trabalho da antiga Mineropar. O secretário Márcio Nunes ressaltou o empenho da equipe de geologia do Instituto Água e Terra nos estudos voltados para o desenvolvimento sustentável da Região Metropolitana, onde se concentra cerca de um terço da população do Paraná.
“Desenvolvimento sustentável pressupõe o conhecimento das fragilidades do meio e a disponibilização de dados aos gestores urbanos e de Defesa Civil”, disse. “Os mapas entregues à Comec reafirmam o compromisso da Secretaria nas ações de governo que permitam o desenvolvimento, com a atenção devida às características do meio físico”.
Segundo o presidente do Instituto Água e Terra, Everton de Souza, os dados irão auxiliar no aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão, em respeito às características do território, com grande impacto para desenvolvimento, ocupação e uso do solo. “Estamos cumprindo um compromisso do IAT em dar prosseguimento aos estudos na Região Metropolitana com foco no meio físico, por meio da Divisão de Geologia”, disse.
PROJETO – Amílcar Cavalcante Cabral, diretor de Gestão Territorial do IAT, explica que os mapas apresentados são mais um resultado numa longa tradição de parceria, iniciada entre a Comec e a Mineropar, o Serviço Geológico do Paraná, ainda nos anos 1990. “Demandaram pesquisas aprofundadas, e possíveis graças ao acervo histórico geográfico mantido pelos servidores que compuseram os quadros do órgão hoje extinto”, complementou.
Contratado em 2016 pela então Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o Mapeamento Geológico Geotécnico na RMC – Banco Mundial foi coordenado pelo Serviço Geológico do Paraná – Mineropar, extinto no final de 2016 e sucedido pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná – ITCG. O projeto foi concluído em 2018 sob a supervisão de quatro geólogos do antigo Instituto, servidores incorporados no IAT.
Entre março e setembro de 2020, a Divisão de Geologia do Instituto Água e Terra realizou uma nova avaliação dos dados gerados no mapeamento de 2016 – 2018, além de antigos projetos conduzidos pelo Serviço Geológico do Paraná, da Mineropar. Essa revisão teve como objetivo principal a consolidação dos temas relacionados de geologia, materiais inconsolidados e unidades de terreno.
Por necessidade da Comec, a principal usuária dos dados do meio físico gerados nesse projeto, foram processados os temas de unidades de terreno e declividades (intersecção em faixas de declividades selecionadas). O mapa final contém uma legenda detalhada para cada Unidade de Terreno, considerando a avaliação segmentadas nas faixas de declividades selecionadas.
Além das cartas 1:20.000, os mapas estão integrados na escala 1:100.000, contemplando todo o polígono mapeado. Os arquivos em formato shapefile estarão integrados aos processos de tomada de decisão da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, na base de dados de ordenamento territorial e avaliação de implantação de loteamentos.
Gilson Santos, presidente da Comec, reforçou que o mapeamento apresentado vai auxiliar de forma substancial no trabalho realizado pelo órgão, na análise de todos os processos que tramitam na Comec, referentes ao uso e ocupação do solo, como também de planejamento na Divisão de Obras. “Os municípios da RMC ganham com esse conhecimento atualizado para tomadas de decisões e no planejamento urbano, possibilitando um crescimento organizado e sustentável”, arrematou.
Todo o mapeamento está disponível no site da Comec.
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