Parque Estadual do Monge (PEM)
Horário de Atendimento:
Quarta-feira a segunda-feira, das 8h às 17h, portaria 24h
Chefe da Unidade:
Chefe: Benedito Eugenio Padilha
Contato:
E-mail: uc_ercba@iat.pr.gov.br ou iapcuritiba@iat.pr.gov.br
Telefone: (41) 3213-3400
Como chegar:
Acesso pela Rodovia do Xisto BR-476 e no perímetro urbano da Lapa, pela Avenida Getúlio Vargas. Por via aérea o acesso deve ser feito até Curitiba, e por via terrestre até a cidade da Lapa. Curitiba possui voos regulares para São Paulo e Brasília, onde é possível fazer conexão com todas as cidades atendidas pelo transporte aéreo no Brasil e também fazer conexão para voos internacionais.
Localização: Município da Lapa
Mapa
O Parque Estadual do Monge está localizado no município da Lapa, a aproximadamente 3 km da sede, na transição do Primeiro para o Segundo Planalto paranaense, nas coordenadas geográficas 49º41’ de Longitude Oeste e 25º47’ de Latitude Sul, limitado, de acordo com o antigo Instituto de Terras e Cartografia do Paraná, ao norte com as terras de Francisco Braga, terras da Prefeitura Municipal da Lapa, Francisco Caneppele, Silvio Scardanzan e João Gaúcho, a leste com as terras de Francisco Vidal, Arthur Vidal, Manoel Ton, Vitório Augusto Zappa, Rodolfo Franck, Natal Ton, Pedro Mendes, Ambrósio Hoffman, Alfredo Hoffman e Sezefredo Marback, ao sul com as terras de Luiz Antonio Luiz Piovezan e Ary Martiniano Campanholo e a oeste com as terras de Irmãos Colle, Aurélio Bortoletto, Leonildo Valeschi, João Valescki, Vicente Binhara, João Hoffman, Francisco Bonkoski, Fernando Alberto Weinhardt, Augusto Ganzet, Maria da Luz S. Siqueira, Artur Maria Ganzet e Jorge Sera.
Segundo WACHOWICZ (1988), desde os meados do século XIX até as primeiras décadas do século XX, os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul eram percorridos por indivíduos conhecidos pelos sertanejos como “monges”. “Cultivavam barba longa, sandálias em couro cru, barrete (gorro, pequeno chapéu) de pele de onça, bordão (cajado) na mão e um terço pendurado no pescoço, vivendo normalmente entre áreas de floresta e grutas”. A presença de tais personagens enigmáticos acabaria impressionando a mente dos sertanejos.
Entre os “monges”, três tiveram uma passagem mais significativa pela região da Lapa e de outras terras do Paraná e de Santa Catarina. O primeiro, João Maria d’Agostini, imigrante italiano que viera ao Brasil em 1844, teria sido realmente um frei da ordem de Santo Agostinho, pois houvera pregado na Matriz da Lapa em 1845. Em sua prática apostólica, costumava percorrer os estados do sul, a fim de despertar nos homens a prática do bem, orientando e receitando ervas medicinais às pessoas que o procuravam, deixando cruzes nos caminhos por onde passava. Pela sua prática, os caboclos atribuíam-lhe curas milagrosas, denominando-o de “São João Maria”. Sua morte esteve envolta em mistérios e nunca se soube como ou onde havia morrido.
Após o seu desaparecimento, ficou a expectativa de seus devotos de que um dia o “monge” voltaria à região, surgindo então, o segundo “monge” personificado em Anastás Marcaf, que havia chegado à Lapa em 1894 com as tropas de Gumercindo Saraiva, durante a Revolução Federalista. Como havia conhecido pessoalmente João Maria d’Agostini, acabou agregando o modo de vida do antigo “monge”, intitulando-se “João Maria de Jesus”. Como um homem pacífico, não interferia nas práticas religiosas da região, adotando uma orientação religiosa pessoal. Dos três “monges” que passaram pela Lapa, foi o que conseguiu deixar maior influência na população sertaneja. Morreu em Santa Catarina em 1906.
Já o terceiro “monge”, Miguel Lucena de Boaventura, apareceu num momento de tensão política e social provocado pelo Contestado1, envolvendo os governos do Paraná e de Santa Catarina e que atemorizava a população sertaneja. Através de seu carisma, acabaria atraindo simpatizantes, descontentes com o regime governamental da época, injustiçados, perseguidos, desajustados, desempregados, foragidos da lei, dando-lhes instrução militar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e garruchas. Seus seguidores eram conhecidos como “pelados” e seus adversários como “peludos”.
Como “monge” guerreiro, surgiu inicialmente em Palmas, reaparecendo nos sertões de Campos Novos, autodenominando-se de José Maria de Agostinho, irmão do falecido João Maria d’Agostini (primeiro monge). Utilizando-se de técnicas de persuasão empregadas pelo primeiro “monge”, como chefe e guia, realizava rezas e “milagres”, no entendimento dos caboclos da região. Estabeleceu áreas de resistência, conhecidas como “quadros santos”, compondo igualmente uma guarda pessoal integrada por 24 sertanejos, denominada de “os doze pares de França”.
O número de adeptos cresceu rapidamente e, apesar dos ideais de “resistir e não atacar”, acabaria se envolvendo em atritos com autoridades catarinenses e paranaenses. Instalou-se com seus “fanáticos” no Paraná, nos Campos do Irani, atual território catarinense, seria atacado pelo Coronel João Gualberto, em combate em que ambos acabariam sucumbindo em 1912. A memória do “monge”, aliada ao misticismo e fanatismo, seria ainda invocada pelos remanescentes “fanáticos” em vários conflitos bélicos até que o último reduto de resistência cabocla fosse vencido. Como saldo, a morte de milhares de pessoas, entre oficiais, soldados e sertanejos, talvez fosse evitada se o governo da época tivesse ouvido as vozes daqueles que clamavam por terra e assistência social - ideais desvinculados do fanatismo religioso, que conduz outras milhares de vidas à extinção.
Gruta do Monge
Uma das principais atrações dos parques é a Gruta do Monge. Local de peregrinação religiosa que atrai milhares de fiéis. Neste espaço, viveu por algum tempo o Monge João Maria D'Agostinis, que se dedicava ao estudo das plantas da região, medicava enfermos, realizava profecias e fazia orações, razão pela qual é procurado e visitado por grande número de pessoas que buscam neste local, a cura para seus males. Isto justifica a presença de milhares de ex-votos e romeiros, movidos pelos fenômenos extraordinários evidenciados pelo poder da fé.
Chega-se à Gruta por uma extensa escada em pedra, próxima ao Mirante, que desce a uma fonte de água pura. Uma das trilhas que tem início neste espaço leva à "Pedra Partida", grande salão feito de pedra com uma fenda, ocorrido através do desgaste da pedra ao longo de milhares de anos.
Mirante
Estrutura em concreto, com piso em deck de madeira ecológica e guarda corpo metálico que proporciona ampla visão da cidade.
Trilha da Pedra Partida
A “Pedra Partida” é um grande salão feito de pedra que possui uma fenda, originada devido ao desgaste ao longo de milhares de anos. O atrativo é considerado, pelos visitantes, um local onde é possível ver a imagem do Monge. A trilha tem início na Gruta do Monge e estende-se até às formações areníticas. Após a revitalização, a trilha foi estruturada com guarda-corpo e, em alguns trechos, com plataformas metálicas para maior segurança dos visitantes e como forma de proteger o arenito. O tempo de caminhada nessa trilha é de 1 hora (ida e volta), numa extensão de aproximadamente 450 metros.
Espaço Monge
É uma área dedicada à meditação, oração ou culto de qualquer natureza. Foi implementada no processo de revitalização com o objetivo de valorização da imagem do Monge no parque. Além disso, possui um espaço para o acendimento de velas e acolhimento dos objetos deixados pelos devotos em sinal de agradecimento pela graça atingida.
O Parque Estadual do Monge abriga espécies da fauna como: cachorro-do-mato, lobo-guará, irara, furão, lontra, gato-mourisco, cutia, curicaca, garça-vaqueira, jacuaçu, saracura-do-mato, asa-branca, beija-flor-preto, martim-pescador-pequeno e outros.
A flora da região é formada por erva-mate, pinheiro-do-paraná, gerivá, ipê-roxo, carvalho-brasileiro, canela, canela-branca, imbuia, cedro-branco, Cambuí e outros.
Recomendações
- Repelente, protetor solar e roupas confortáveis são essenciais;
- Use calçados sempre fechados e confortáveis;
- Comida e água são importantes (mas lembre-se de trazer todos os resíduos de volta, incluindo os resíduos orgânicos, a exemplo de cascas e sementes de frutas);
- Contribua com a conservação do Parque Estadual do Monge andando somente pelas trilhas sinalizadas e locais de descanso permitidos;
- Procure andar sempre em grupos pequenos;
- Procure andar em silêncio, contemple a natureza, tire apenas fotografias;
Atividades proibidas:
- Ingresso de animais domésticos;
- Fumar;
- O consumo de bebidas alcoólicas;
- Acampar
- O uso de equipamentos que causem distúrbios sonoros na área;
- Qualquer tipo de comércio ambulante na área do Parque;
- Andar de carro ou moto fora do estacionamento;
- O abandono de lixo, detritos de qualquer natureza ou outros materiais que maculem a integridade paisagística sanitária ou cênica da área;
- Sair fora das trilhas previamente demarcadas e sinalizadas;
- A prática de atos que possam provocar incêndios na área (fogueiras e churrascos);
- Porte de facas, facões, foices, assim como de quaisquer outras ferramentas manuais de corte, armas de fogo, motosserras e equipamentos que causem distúrbios sonoros na área;
- Coletar, depredar, entalhar e desgalhar as espécies arbóreas mantidas nas diversas áreas do Parque;
- Caçar, pescar, coletar e apanhar peças do meio físico e de espécimes da flora e da fauna em todas as zonas de manejo, ressalvadas aquelas com finalidades científicas, desde que autorizadas pelo IAT - Diretoria do Patrimônio Natural (DIPAN);
- A entrada de pessoas, veículos e equipamentos dentro do Parque não autorizados pelo IAT;
- Alimentar e assustar os animais.
Observação: Qualquer dano promovido pelo visitante sujeitará o mesmo às sanções previstas na legislação ambiental vigente.
Para sua segurança:
- Cadastre-se. O cadastro é sua garantia de socorro numa emergência;
- Evite tanto caminhar sozinho, como em grupos muito grandes;
- A visita ao Parque é realizada por trilhas. Evite danos ao meio ambiente não saindo das trilhas indicadas;
- Em caso de acidente, procure avisar a administração do Parque o mais rápido possível;
- Obedeça a sinalização e a orientação dos funcionários e voluntários.
O cadastro deve ser preenchido na chegada à Unidade de Conservação, para segurança do visitante e para a gerência do Parque elaborar estatísticas de atividades, acesso, procedência, faixa etária, etc.